quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Ano Novo - Naquele tempo era assim


Para a famosa Hora da Virada, em Tubarão, o que mais marcava era a expectativa em todos pelo tradicional “Desfile da Santo Anjo” e do apitaço da oficina da Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina com o estridente sibilar de algumas de suas gigantescas locomotivas Maria Fumaça. Efeitos previstos e anunciados para a pontualidade da meia noite.

A atração começava quando muita gente ia ver a frota dos lustradíssimos ônibus verde-amarelo e branco da Empresa Santo Anjo da Guarda, na esquina da Rua Altamiro Guimarães com Rui Barbosa. 

Formando uma gigantesca fila indiana, se preparavam para percorrer as principais ruas da Cidade Azul, todos de buzina aberta e luzes internas e externas acesas. Junto, embarcados, muita gente, inclusive crianças, privilegiados passageiros que, no percurso, com os braços abertos e sorriso largo, das janelas dos coletivos saudavam a população com votos de Feliz Ano Novo. Do lado de fora, ao longo das calçadas, todos retribuíam. 

O circuito do grande desfile compreendia uma lenta volta que ia do centro da cidade ao bairro de Oficinas, saindo o comboio da garagem da empresa, no Posto Esso da Rui Barbosa seguindo pela Rua São José fazendo a volta pela Praça Sete de Setembro, até encontrar a Rua Lauro Muller. Daí, passando em frente às duas pontes do centro – Nereu Ramos e Heriberto Hulse -, ia pela Rua Marechal Deodoro até encontrar a Rua Sílvio Cargnin, mais conhecida por Volta do Circular. 

De lá, então, descia pela Altamiro Guimarães até, por fim, cruzando os trilhos, chegar ao ponto de partida. – O ressoar das buzinas e o espocar dos foguetes, que eram lançados de dentro dos ônibus, promoviam maior empolgação e o imediato acompanhamento de alguns automóveis e caminhões particulares que correspondiam ao buzinaço.

Nesse mesmo tempo, ecoavam por todo bairro de Oficinas os apitos dos trens e da sirene da oficina da Estrada de Ferro, aumentando intensamente o clima de festa.

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