quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

D. JAIME DE BARROS CÂMARA


Nascido em São José, SC, a três de julho de 1894 e ordenado sacerdote dia primeiro de janeiro de 1920, D. Jaime de Barros Câmara iniciou suas atividades eclesiásticas em Florianópolis, na condição de vigário da paróquia da Ilha de Santa Catarina. Incumbiu-se de celebrar sua ordenação sacerdotal o Arcebispo D. Joaquim Domingues de Oliveira
 
Filho do catarinense Joaquim Xavier de Oliveira Câmara – Escrivão de órfãos – e da soteropolitana Ana de Carvalho Barros Câmara, fruto do segundo casamento de seu pai aos 29 anos, D. Jaime realizou seus estudos primários e secundários em Florianópolis.

Depois, ingressou no  Ginásio Catarinense. Nesse mesmo estabelecimento desempenhou as funções de corneteiro da fanfarra e, mais tarde, ocupou o cargo de  professor e a presidência da Congregação Mariana.

Transferindo-se de Florianópolis por influência do padrinho marechal Xavier da Câmara, em 1914, passou a residir em São Leopoldo (RS) ingressando no educandário Nossa Senhora da Conceição, conhecido seminário. Concluiu  Filosofia e Teologia no ano de 1919. 

Passados sete anos, o religioso celebraria sua primeira missa dia dois de janeiro de 1920, na Catedral de Florianópolis, em substituição ao Monsenhor Francisco Topp, naquela data em viagem pelo Sul do Estado. D. Jaime, o 3o. brasileiro a tornar-se Cardeal, no período da juventude fora atleta e capitão do Futebol Clube Catarinense, da cidade de São José. 

Alcançaria nomeação para  bispado em dois de janeiro de 1936. Primeiro Bispo diocesano da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, tomou posse a 26 de abril do mesmo ano e permaneceu no estado potiguar até 1941. Já anteriormente a isso, em 1929, recebera o título de Cônego e em julho de 1935, o de Monsenhor.

Em sua carreira de meio século na vida eclesiástica arrolam-se, a seguir, os importantes cargos que desempenhou: Secretário do Bispado de Florianópolis, capelão do Hospital de Caridade (1920), Curato da Catedral do Bispado (1924), Capelania das Irmãs da Divina Providência e Reitor do Seminário instalado em Florianópolis e depois transferido para Brusque (Azambuja).

Depois de designado Arcebispo de Belém do Pará, onde se manteve de 1941 a 1943, em 18 de fevereiro de 1946 foi transferido para a Cidade Maravilhosa, na qual o notável prelado catarinense seria sagrado Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, o 4o. na história daquela cidade que, à época, era a capital do País. Guindou-o ao cardinalato o Papa Pio XII.

Em 1960, assumiu a presidência da Comissão Episcopal incumbida de administrar o Santuário de Aparecida, em São Paulo. 

D. Jaime foi Cardeal Presbítero do Sacro Colégio Romano. Exerceu, ainda, a função de Camareiro Secreto de Sua Santidade o Papa Pio XI, presidiu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, além de ser o primeiro presidente da Conferência Episcopal Latino-Americana (CECLCAM).

Coincidentemente, a morte de D. Jaime de Barros Câmara – o primeiro barriga-verde a atingir o cardinalato – aconteceu a 18 de fevereiro de 1971, às 13h20min, ou seja, nos mesmos dia e mês em que se tornara, anos antes, Cardeal-Arcebispo. O passamento deu-se em Aparecida do Norte, SP, quando o prelado festejava o jubileu de sua sagração (25 anos). 

Pronunciou suas derradeiras palavras, dirigidas  ao Monsenhor Ivo Caliari e ao Cônego Adelino Coelho: “Estou morrendo”. Antes, entretanto, a um irmão leigo, pedira: “Reze por mim, reze por mim”.   
Verificou-se o sepultamento no interior da Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro.

Em homenagem a D. Jaime, o povo de sua terra natal, São José, SC, erigiu-lhe um sugestivo monumento de bronze, como forma de perpetuar a memória do conterrâneo insigne. Também em Florianópolis, o prelado recebeu protesto de veneração e respeito da população, que lhe consignou o nome numa via pública do centro da cidade. 

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